Vou indo...
(Imagem retirada daqui)
Desde o meu último post tudo se complicou na minha vida.
Ando cansada de tanta desgraça, de tanta coisa a correr mal. O meu sogro está internado há mais de 1 mês, em processo de "auto-destruição", vitima de várias infecções que não respondem com sucesso aos antibióticos. As esperanças são quase inexistentes, o estado dele é cada vez mais frágil, a dependência de terceiros cada vez maior, e o alheamento uma constante diária. Está acamado, não reage a quase nada, já não se mexe sozinho, come apenas por seringa, já pouco fala... Cuidar de um demente nunca foi fácil. Não há doses de amor que apaguem todo e qualquer desgaste físico e psicológico que nos surge. E desenganem-se os que pensam o contrário. É difícil. Extremamente difícil. Desgastante. Há dias em que já não queremos continuar a cuidar simplesmente por que já não conseguimos. E outros em que basta encher o peito de ar para ganharmos um novo fôlego para mais uma temporada.... Mas vê-los assim, internados, sem melhoras, a definharem dia após dia, num sofrimento que não lhes vemos declarado mas que sabemos existir seja de que forma for, é duro! Muito duro! Vejo a tristeza, a impotência e o desânimo nos olhos do filho. Vejo as lágrimas nos olhos da neta, provando existir entre ela e o avô uma ligação que eu nunca julguei possível tendo em conta que, enquanto demente, o meu sogro sempre a ignorou e até era rude com ela... É cinzento o nosso dia-a-dia mesmo quando o sol brilha lá fora...