Porque não há cão como o nosso...
(Foto minha: Doggy, o meu cão)
Fez ontem um ano que te vimos partir. Fez ontem um ano que tivemos de perceber que amar um cão é muito mais do que leva-lo à rua ou providenciar para que nada lhe falte. Com um cão aprendemos o que é o amor incondicional. Aprendemos a gostar de uma maneira muito mais pura e genuína. E quando chega o momento há que decidir o melhor para ele. E como dói tomar essa decisão Meu Deus! Ainda hoje me escorrem lágrimas pelo rosto porque é muito difícil abrir mão mesmo sabendo que tem de ser, que nada mais podemos fazer, que chegou a hora de nos separarmos. Nada nos faz abrandar a dor e dói, dói muito! Às vezes sinto o teu cheiro em casa. Um vizinho antigo, também ele apaixonado por animais, diz que "são eles que nos vêm visitar a casa". Gosto dessa ideia. A casa nunca mais foi a mesma. Fazem-me falta os tufos de pelo pelos 4 cantos, o teu peso bruto aos pés da cama, a suavidade do teu pelo na cabeça e a aspereza que ele tinha no teu cachaço. A tua cauda grossa que nos cumprimentava ressoando no chão de madeira. O teu roçar de corpo nas nossas pernas que quase nos mandava ao chão. Nunca mais tivemos de ir passear o cão à rua mas continuamos a deixar nos nossos pratos o teu mimo. Continuamos a comer sandes olhando para a última dentada que reservávamos para te dar a tua medicação. Quando me cruzo com outros cães na rua procuro nos olhares deles o teu olhar meigo mas nenhum se parece sequer contigo e as saudades magoam. Fazes-nos falta. Trazias ao de cima o melhor que tínhamos, o nosso melhor. Sem ti tudo ficou mais difícil e menos bonito. A tua cor negra alegrava os nossos dias. Continuas a ser o nosso cão e mesmo sem te termos connosco o laço permanece, invisível e firme, porque não há cão tão bom como o nosso cão... Onde quer que estejas, olha por nós.