Chegou o calor!
Quando chega o calor assiste-se há uma sangria desatada a caminho das praias... eu não sou excepção à regra, Ah! pois claro que não! Logo eu que sou maluquinha por água, uma pata choca, como o meu marido gosta de me chamar! Claro que assim que aperta o calor a São começa logo a chatear a malta: "Quando vamos à praia? No fim de semana vamos à praia? São sete da noite, vamos à praia?" Para mim qualquer hora é sempre boa para um mergulho... Mas desde que a Rita nasceu que as coisas não me tem corrido bem... primeiro porque ela nasceu em Abril e por isso só pudemos fazer praia a partir de setembro, quando o tempo de vez em quando já gosta de ser antipático e não ajuda... O ano passado levamos a Rita Catita à praia várias vezes mas não correu bem: a catraia não gostava de areia nos pés... as poucas vezes que fomos tinhamos de andar com ela ao colo para que sua excelência não sujasse os delicados pézinhos!
Este ano estreamo-nos no fim de semana passado. Dissemos à Rita que a seguir ao ó-ó a levávamos à praia. No sábado não deu, fomos no domingo, a partir das 18 horas como mandam as regras... E então tudo correu mal. Não sei se motivada pelo pára-arranca da segunda circular a Rita resolveu vomitar... tivémos de fazer uma paragem de emergência, os quatro piscas ligados, no meio do trânsito, toca a fazer limpezas! Proseguimos viagem, mas para os lados do Jamor o céu estava nublado e com nevoeiro.... Parecia que vinha aí D. Sebastião! Chegaram a cair umas gotas no pára-brisas do carro que nem eu nem o meu marido nos atrevemos a comentar! Chegamos a Carcavelos com um sol muito envergonhado e um vento mal disposto. A praia estava quase deserta, apenas alguns pares de namorados resistentes, alguns adeptos do exercício à beira mar que todos nós deviamos fazer e alguns donos que passeavam com os seus cães e cães que passeavam os seus donos... "Podiamos ter trazido o Doggy!" - pensámos. E a Rita não se revelou! Continua com medo da areia. Não gosta dos pés sujos de areia e pior do que isso, não gosta que nós, pais, tenhamos os nossos pés com areia... chorava baba e ranho enquanto apontava para os nossos pés e dizia "Mamã, Papã, pó, pé" Tivemos que nos calçar, mas nem assim a choradeira parou, afinal de contas os pés ainda estavam sujos de areia... Fiquei traumatizada! Eu que adoro praia estou confinada a não me aproximar dela nos próximos tempos! Como é que eu vou sobreviver com este braseiro? Sem o meu mar, as minhas ondas? Passei-lhe os genes do cabelo encaracolado que só deu um ar da sua graça a partir do ano de idade (até lá a Rita tinha cabelo liso), mas pelos vistos o géne de "pata choca" ainda não amadureceu! Quando chegamos ao carro:
- "Olha, Mamã! Paia!
- Pois é, a praia. A mamã gosta muito. E tu? Gostaste da praia?
- Não. Aia póca, pó pé! (= não, àgua fria, há pó (areia) no pé)
Já viram a minha vida?
Vou certamente derreter!