Por cá...
(Imagem retirada daqui)
... o trabalho aperta. A escola on-line da Rita não deixa espaço para muito mais. Entre aulas, treinos do Sporting em casa e sessões de Brain Alive, a réstia de tempo que sobeja é gasta em TPC's aos magotes e trabalho assíncrono. E a busca constante da petiz pela perfeição não ajuda em nada: "Mãe, já fiz o trabalho de inglês, podes ver se estão bem antes de enviar à stora? Oh pai, tenho dúvidas em geografia, podes vir aqui? Mãe, tenho mais um trabalho de EV para fazer, e a Tic temos de criar um blog, vais-me ajudar não vais? Oh pai, a net está toda bugada, não estou a conseguir acompanhar a aula, quando é que ligas para lá? A stora está toda parada, assim não pode ser..." Enfim. Daqui a uns anos vamos pensar nestes períodos de aulas on-line com nostalgia, ou não...
Entretanto o sogro está em crise quase constante. Tem períodos em que dá a sensação de não nos conhecer. Trata-nos com cortesia, "Sim, senhora! Não senhor!". Há dias em que quase não fala e permanece enredado no mundo dele. Confunde-me com uma das irmãs e o filho com "uma pessoa qualquer que aqui está a falar com ela (a irmã)". Hoje, sem qualquer motivo porque é assim que a demência actua, está em modo de tiques verbais constantes. O dia inteiro a verbalizar "opa, oh rapaz, ó Morais já lá vais, oh moço..." Sabemos de antemão que a noite vai ser igual e tentamos não pensar muito nisso. Nós lá vamos fazendo a nossa vida dentro do possível tentando ignorar esta musica de fundo constante, que nos enerva, nos irrita, mas que também nos entristece cada vez mais. Não há nada que possamos fazer. Apenas esperar que a tempestade acalme sabendo que brevemente estará de volta. Outra e outra vez...