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Sou Mais Eu...

Sou Mais Eu...

09.06.21

A miúda que fui e a mãe que sou

soumaiseu

respeito.jpg(Imagem retirada daqui)

Olha para trás e o que vejo? Uma miúda de dentes tortos, rechonchuda, vestida a gosto da mãe (duvidoso por sinal), demasiado tímida.

Eu era a miúda a quem a mãe batia à porta da escola por lhe esconder as negativas que tinha sistematicamente a matemática. Era aquela a quem chamavam nomes feios, a que empurravam nas filas que fazíamos à entrada das salas de aula, aquela que o colega apalpava disfarçadamente convencido que eu nunca reagiria. Até ao dia em que perdi as estribeiras perante o horror da minha mãe. O colega dos apalpões foi empurrado contra a perna da mesa da sala de Madeiras e partiu um dente. A colega que me empurrava viu-me um dia pendurada no seus cabelos com tanto afinco que deve ter julgado que eu nunca mais lhos iria largar. E o que me chamava nomes, perante os meus últimos ataques, deve ter achado melhor acalmar-se antes que eu também lhe resolvesse afagar o pêlo. Tudo isto fez de mim quem sou hoje. Se ficaram marcas? Acredito que sim ainda que se calhar inconscientes.

Acredito que o bullying acontece quando menos se espera e que para que o mesmo não se perpetue no tempo há que haver uma resposta por parte do agredido. Posso estar errada mas é esta a minha convicção. Nunca proibi a minha filha de se defender como a minha mãe me fazia. Sempre lhe disse que o mais importante da vida é o respeito pelo outro. Não temos de gostar, não temos de concordar, temos de aceitar e respeitar. E isso implica que não deixemos também que a opinião dos outros nos afecte. Aos 14 anos a Rita usa sandálias douradas na escola quando todas as colegas andam quase exclusivamente de ténis e veste calções rosa fushia sem medo do excesso de cor ou receio de combinações imperfeitas. Quando lhe dizem que não gostam ela pergunta simplesmente "E?..." Ontem um colega chamou-lhe burra por ela estar a explicar um exercício de forma diferente a outro colega. Sabendo que a nota dele é bastante inferior à dela perguntou-lhe simplesmente: "Que nota tens a matemática? Queres mesmo falar sobre isso? Tens a  certeza que aqui a burra sou eu?". Este tipo de atitude por si só não resolve todos os ataques que os nossos filhos possam sofrer por parte de outros, mas acredito que constituem o primeiro passo para que se possam defender. Faz-me imensa confusão ouvir pais dizerem, como os que eu ouvi aqui há uns dias na televisão, que é normal os miúdos maltratarem-se, dar umas palmadas, uns pontapés, umas caneladas... Como é que isso é normal? Como é que estes pais acatam e permitem este tipo de comportamento sem qualquer tipo de chamada de atenção? Não. Para mim nada disto é normal. Temos de ensinar os nossos filhos a defenderem-se sem medos. Mas acima de tudo é preciso ensinar-lhes uma coisa: Respeito. 

 

12.01.18

Ritanhês: Cyberbullying...

soumaiseu

Sabemos o que é. Todos nós já ouvimos falar disto. E quando acontece connosco? Quando é com os nossos filhos?

A Rita tem um amigo desde o 1º ciclo, o H. Este ano estão na mesma escola mas em turmas diferentes. Na escola cumprimentam-se fugazmente. Em casa usam o Whatsapp para falarem em grupo ou individualmente. A minha filha não é uma miúda que caia logo na graça dos colegas. Tem uma personalidade forte. Quando não gosta, não gosta e di-lo. Quando vê alguém ter uma atitude mais incorreta não consegue ficar calada. Quando tem de apontar o dedo estica-o sem qualquer receio. Ora isto não gera amigos facilmente, principalmente numa idade em que ainda não sabemos bem o que é isso da amizade. A Rita é portanto alguém de quem se gosta muito ou não gosta nada e isto pode mudar só porque sim. Posto isto é frequente haver colegas do primeiro ciclo a embirrar com ela. Sempre via Whatsapp porque nestas idades a cobardia é sua aliada e é no Whatsapp que surge a coragem para massacrar ou espezinhar os outros. Na net tem-se muita força. Agem em grupo e juntos chamam porca, badalhoca e anti social à Ana Rita só porque é giro vê-la ficar irritada e magoada com isso. E por detrás, fazendo parte deste grupo está o tal H. de que vos falava. Calado. Sem verbalizar uma só palavra, mas divertindo-se com a situação na surra. Por causa deste incidente proibi a Rita de fazer parte de grupos onde estivessem certos colegas e ela tem cumprido. Acontece que os antigos colegas estão sempre a criar grupos e a adiciona-la como membro. E a Rita sai. E algum deles a volta a colocar. E a Rita volta a sair. Bom, ontem o H. atacou-a em privado. Chamou lixo à minha filha. Disse-lhe que ela só queria estar nos grupos dela e com os amigos novos dela, uns "merdas", e que ela se estava a "f...der" para os antigos colegas. Ela defendeu-se argumentando que não era obrigada e fazer parte dos grupos deles nem estava para aturar faltas de educação. Voltou a chamar-lhe lixo. Sempre em privado como se quer. Sugerimos-lhe que fizesse um print da conversa e o mandasse para a mãe dele mas em nome dela... E ela assim fez. Resultado: o menino rebelde ficou de castigo, sem acesso a estas tecnologias, e hoje de manhã foi pedir desculpa à minha filha:

- Ana, desculpa por aquilo de ontem...

- Queres pedir desculpa? Achas que aquilo é maneira de falar comigo? 

- Acho.

- Então não desculpo. 

E é com respostas destas que eu sei e tenho a certeza que estou a fazer um bom trabalho com esta miúda. Independentemente de todas as quezílias que possam surgir enquanto ela reagir assim está no bom caminho.  Quando se está protegido pela net e escondido através de uma qualquer rede social é muito fácil atacar assim os colegas. Para nós pais é preciso atenção redobrada para que este tipo de abuso não ocorra e não prolifere. Mas quando estes miúdos acham correto aquilo que fazem e não vêm mal algum em maltratar os outros desta forma maliciosa algo está mal, muito mal. Pergunto-me que geração será esta. Onde estão os valores que nos tornam humanos e civilizados? O que é que se passa com estes miúdos? Preocupa-me, a sério que me preocupa. Se aos dez anos não são capazes de pedir desculpa com sinceridade que adultos sairão dali?

22.04.15

Não é normal...

soumaiseu

No domingo passado fui a Fátima numa excursão organizada aqui pela Paróquia de Moscavide. Comprei à minha petiz e ao Afonso, um colega que a acompanha desde a pré-escola e cuja amizade temos vindo a cultivar, não só entre os catraios, mas também entre nós pais. Somos amigos e os piolhos não são excepção à regra, mas como eu dizia comprei aos miúdos dois anéis anti-stress com uma cruz e uma dezena, que foram devidamente benzidos. Os miúdos, todos contentes, levaram os anéis para a escola... A Professora viu o Afonso com o anel no dedo e disse logo muito prontamente que era um anel de noivado... E não tinha ela reparado que a Rita também tinha um igual no dedo, se o tivesse visto fazia logo o romance completo e a novela toda! Eu digo-vos não acho normal este tipo de comportamento. Que os professores se riam das baboseiras que os miúdos dizem é uma coisa, agora que sejam eles a lançar as graçolas, principalmente quando estamos perante um miúdo que é alvo de todo o tipo de chacota por parte dos colegas, acho grave, muito grave. O Afonso sofre de Bullying na escola e ela faz uma destas... Não é normal! 

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