A Tia Natália deu à Rita no Dia da Criança um laço vermelho para o cabelo. Vinha dentro de um envelope e trazia colada uma borboleta cheia de brilhantes. Da escola até casa vim a segurar a borboleta não fosse ela sair a voar. Ao chegar ao prédio estava eu na brincadeira com a minha petiz por ter ficado com os dedos brilhantes quando nos cruzamos com uma funcionária de limpeza da CGD que se mete connosco:

- Coitadinha da mãe, tem os dedos brilhantes... e agora?

- (A petiz ri-se para a senhora simpática)

- Agora a mãe tem de lavar a mão, não é? E se não sair? (continua ela) Ficas com uma mãe brilhante... é giro ter uma mãe assim, não é?

E a minha filha responde cheia de orgulho:

- É a melhor mãe do mundo! 

Digo-vos que tive de reprimir uma lágrima... ando rabugenta e também por isso super sensível. Ouvir uma afirmação destas assim do nada faz-nos sentir como se o mundo de repente desaparecesse debaixo dos nossos pés... Tão bom! 

(A borboleta aterrou na parede do quarto da Rita, no meio de todos os outros insectos e flores que por lá já existem)