Farrusco era o nome do cão da minha prima. Estava destinado ao canil quando ela se apaixonou pelo canito, era meigo, inteligente, estava ensinado, mas passava muito tempo fechado numa varanda porque o dono tinha uma vida demasiado ocupada para ele.... Entre o Farrusco e a minha prima foi amor à primeira vista. Trouxe-o do Porto para Castelo Branco, castrou-o. Mas o canito era demasiado vivaz e depressa aprendeu a furar a cerca do gradeamento da vivenda dos novos donos, e de vez em quando lá ia ele espairecer... Na quarta feira à noite foi dar mais uma das suas voltinhas e não voltou mais. O Farrusco foi atropelado por um condutor sem qualquer humanidade que o deixou prostrado na estrada, à mercê de outro carro que quisesse acabar o trabalho que ele tinha começado. Foram crianças quem o viram, quem chamaram a GNR. Foi levado para o canil de Castelo Branco, mais tarde a minha prima levou-o para o Porto a fim de eventualmente ser operado... Mas já foi tarde. A coluna fracturada não tinha remédio possível. Nada havia a fazer. Sexta feira foi posto a dormir. E assim o Farrusco partiu, deixando para trás uma família que gostava dele mesmo a sério, e que está de luto por ter sido forçada a abrir mão dele. Ao condutor que o passou a ferro, que Deus o castigue como ele merece! Ao Farrusco, que descanse em paz.... a nós resta-nos a eterna saudade.