Coisas minhas...
Ter uma pessoa demente em casa não é fácil, ter o sogro em casa com esse problema ainda menos se tivermos em conta que este sogro nunca foi "acessível". Há para trás muitos anos de ressentimento que não vou expor aqui porque francamente são coisas que me envergonham. Envergonho-me de o ver ter certos comportamentos, certas atitudes, de o ouvir dizer certas coisas, fazer certas afirmações. Digo-vos apenas que este senhor me fez passar aquela que foi a maior vergonha da minha vida, e olhem que eu não sou pessoa de fragilidades, mas o humilhar outro ser humano publicamente é algo que me incomoda, e não só eu fui a visada, o próprio filho também foi tido "em consideração". Águas passadas não movem moinhos. O que é certo é que neste momento o sogro precisa de mim, e não é fácil. Tenho de arrumar num canto escuro todo o meu ressentimento porque uma coisa é lidar com ele pontualmente outra coisa é tê-lo 24h sobre 24h na minha casa. Ainda assim, com a Graça de Deus, vou conseguindo, mas levo com os cheliques de todos os que me rodeiam porque não percebem a doença, o porquê de certos comportamentos, porque ao contrário de mim vão buscar águas passadas e fazem questão de manter essas lembranças bem vivas na cabeça deles e por consequência na minha... Há dias em que eu me sinto no limite. Estou cansada de ser forte, estou cansada de carregar o mundo às costas, estou cansada de levar com os fanicos dos outros e não me poder dar ao luxo de ter os meus próprios fanicos, de não poder simplesmente baixar os braços e permitir-se ser frágil... Pergunto-me qual é o dia em que vou estoirar. Todos nós aguentamos até um certo limite, qual será o meu?