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Sou Mais Eu...

Sou Mais Eu...

26.02.21

Mãe sofre!

soumaiseu

sonhar-aborrecimento.jpg

(Imagem retirada daqui)

Vem uma pessoa ao blog decidida a escrever algo. A inspiração já é pouca mas há sempre a esperança de que alguma ideia nos surja depois de espreitar os vossos cantinhos, mas é difícil surgir qualquer lampejo que seja quando temos uma miúda de 20 em 20 segundos a chamar a tua atenção:
- Mãe, olha este "meme"... 
- Mãe, olha este tão giro...
- Mãe, já te contei daquele "meme" que...
- Oh mãe, oh mãe! Tens de ver este. É fabuloso!
- Olha mãe tão giro, é um gatinho.....
- E este mãe, só mais este... olha tão fofo!
- Mãe, olha o que a S. me mandou....
- Mãe, olha o que eu lhe vou mandar....
- Mãe, olha o vídeo que eu fiz com fotos minhas e da S....
BAAAAAAHHHHH! Credo miúda! Gastas-me o nome! Eu desisto... Ou melhor, vou-me vingar, vou dizer mal de ti no blog! Que chata, pá! 

Feito! 

16.02.21

Sem Carnaval...

soumaiseu

Matrafona.png(Imagem retirada daqui)

Há muitos anos atrás a minha amiga Isabel desafiou-nos para irmos ver um Enterro do Carnaval. Reticente lá fui, sem saber que nascia nesse dia uma paixão por estes "carnavais" que todos os anos repito a gosto. E sabem do que gosto mais? Das Matrafonas. Pronto, está bem, tudo o resto também tem piada, desde os bebés vestidos a rigor aos restantes mais ou menos maliciosamente enfeitados, mas do que eu gosto mesmo é das tradicionais Matrafonas!  

(Se vos interessar mais informação sobre Matrafonas aqui)

 

09.02.21

O Amor...

soumaiseu

antoine_de_saint_do_primeiro_amor_gosta_se_mais_do(Imagem retirada daqui)

Em Outubro casou-se a filha mais nova dos padrinhos do meu marido. Quando perguntei ao pai qual era a sensação de casar a miúda lá de casa respondeu-me simplesmente "Faz tudo parte de um percurso que é normal e natural, é mais um passo na mesma direcção, que é suposto e que se espera que aconteça, faz parte da vida, é assim..." Palavras sábias de um homem calado que me ficaram na mente. Eu, mãe galinha, coruja, ave de rapina, leoa, me confesso. Receio o momento em que terei de passar a dividir o afecto da a minha filha com outro alguém e isso incomoda-me bastante porque não sei como vou reagir e não quero de forma alguma reagir de forma incorrecta. A reter: é tudo "... normal e natural... ". Nota mental registada. Tudo normal e natural...

08.02.21

Olhares

soumaiseu

Cuidar.jpg.crdownload(Imagem retirada daqui)

Hoje fui com a minha mãe a um dos Hospitais aqui da zona de Lisboa e enquanto eu andava com ela de um lado para o outro não pude deixar de reparar num casal que também por ali andava na mesma lide, talvez da idade dos meus pais. Percebi desde logo que a mente dele estava afectada. O senhor trazia consigo dois sacos de plástico que supostamente continham "papéis importantes que podiam ser precisos". Disse a um dos enfermeiros que trazia ele os sacos porque "ela nunca gostou de andar com sacos". "Toda a minha vida carreguei sacos", defendeu-se ela. E mais tarde ouvi-o comentar para o lado: "Cinquenta e um anos de suplício a aturar isto! Esta mulher levou-me a minha cabeça e levou-me os meus olhos..." Não pude deixar de sentir pena da senhora. As doenças mentais são desgastantes. Deduzo que esta senhora trate do marido o melhor que sabe e pode. A idade  também nela já ia avançada e acredito que não seja fácil lidar com o aparente mau feitio do senhor. A tristeza que vi naquele rosto. A pressa em chegar ao aconchego de casa que lhe senti no andar. A autoridade com que lhe agarrava a manga do casaco por ele se recusar a dar-lhe a mão. Percebi-lhe no respirar uma urgência que me é tão familiar e entendi-a  também como minha, porque só quem lida com estas doenças consegue entender esta revolta e ler estes sinais. Cuidar é tudo menos fácil. 

01.02.21

Pensamentos...

soumaiseu

salmos-139-1-2.jpg

(Imagem retirada daqui)

Sou mãe. Primeiramente, acima de tudo, principalmente e antes demais, sou mãe. Quando penso no Covid e na quantidade de vidas que se perdem, nas  vivências que ficam interrompidas, mães que perdem os filhos, filhos que perdem os pais, palavras que ficam por dizer, abraços e beijos por dar... Tenho ânsia de acelerar a lista de coisas que ainda quero fazer, dividir-me em milhentas formas eficientes porque na verdade não estou preparada para partir. Estará alguém? Provavelmente não. O Covid surge na nossa mente como uma força premente que se insinua nos nossos pensamentos e traz consigo o medo, o receio. Não. Não devíamos partir assim, aos magotes, como um bando de pássaros assustados. Ser forçado a abandonar a Pátria e ser enviado para o estrangeiro. Morrer sozinho. Longe. Entre estranhos que muito provavelmente nem a nossa língua falam. E mesmo que se morra cá, esperar oito dias para ser enterrado. Ser cremado quer se queira ou não. Sem família. Sem amigos. Sem ninguém. Não se morre dignamente com Covid. Perdemos mais do que a saúde, perdemos a dignidade. Apenas nos resta o maldito Covid. 

29.01.21

Chegou aos meus...

soumaiseu

marisaczl-1557362052772-cathopic.jpg(Imagem retirada daqui)

Ontem alguém dizia na televisão que enquanto os mortos não ganhassem um nome, enquanto não fossem os nossos conhecidos e familiares a sofrer os efeitos da pandemia, iríamos continuar na negação do vírus. E ontem os números dos doentes internados ganharam mais um nome:  T, a minha prima, madrinha da minha filha, está internada no Hospital de Castelo Branco. A dificuldade em respirar e o cansaço constante ditou que ficasse internada para tentarem perceber o que é que se passa. Em casa, sozinho, também positivo ainda que aparentemente quase sem sintomas, fica o meu afilhado de 16 anos. Vale-lhe o apoio de uma vizinha e da mãe de uma amiga, porque os avós maternos também estão positivos, o pai enfim, e a restante família está longe. Não sei o que será pior, Covid ou solidão...

28.01.21

Sobre mim...

soumaiseu

ondas-e-mares-o-que-sao--5071-3.jpg(Imagem retirada daqui)

Em resposta à Rute do blog O Meu Maior Sonho cá fica um pouco do que sou. Baptizada com o nome de Conceição desde muito cedo que me rebelei ao meu nome para grande desgosto da minha mãe, e por isso sou simplesmente São para quase toda a gente. Tenho 49 anos, casada, mãe de uma petiz, de seu nome Ana Rita com 13 anos, autora do Ritanhês que por aqui se fala. Neste momento não trabalho, sou cuidadora a tempo inteiro do meu sogro, o Explorador, que sofre de demência, tomo conta da casa, dos meus pais que não estando dementes já precisam de apoio, da minha filha e da afilhada que vive connosco durante o ano lectivo enquanto estuda Psicologia. O meu blog é um reflexo de todo este meu viver. Inicialmente foi criado para registar toda a minha vivência enquanto mãe porque uma das coisas que mais confusão me fez foi perceber que a minha mãe não registou muitas lembranças dos tempos da minha criação. E porque a memória é curta e traiçoeira surgiu este blog onde falo de mim enquanto mãe e da minha experiência, da minha filha, dos meus devaneios, do que penso. Sou Mais Eu porque a partir de um certo momento da minha vida senti necessidade de me impor e cobrar para mim o respeito que também mereço ter, e por isso aqui me afirmo à minha maneira e a mim própria. É aqui que me solto, que me lamento, muitas das vezes é também aqui que choro, embora nunca permita que esses meus textos cheguem até vós, afinal de contas a minha vida nem sempre é um mar de rosas e há muitas sombras que pairam sobre a minha mente. O melhor disto tudo são vocês. Alguns já me conhecem à muito tempo, como a Rute, outros vão chegando aqui aos poucos, silenciosamente. Uns ficam e outros partem. Sem problemas e sem ressentimentos porque a vida é como o mar, cheia de marés que nem sempre podemos ou queremos aproveitar... 

27.01.21

Diário de um confinamento: FIM!

soumaiseu

time-out.png

(Imagem retirada daqui)

Termina hoje. Sem contactos de quem quer que seja e sem sintomas, para já, graças a Deus! Nas redes sociais, no grupo da turma, nas conversas do WhatsApp chovem alegres festejos pela desejada liberdade que não podem ter. A Rita vai ao terraço respirar ar puro enquanto me ajuda a estender ou apanhar a roupa, o E. espreita infinitamente a árvore enorme que vê da janela lá de casa, a S. vai 15 dias para o pai. Outros continuarão a ficar em casa e a cumprir e outros haverá que irão prevaricar e quebrar as regras. É assim. Se quando eu era adolescente me viessem dizer que um dia haveríamos de viver deste modo eu não acreditaria. E no entanto cá estamos. Em confinamento por causa de um vírus determinado em exterminar os humanos. Um dia haveremos de o derrotar. E que seja breve. 

26.01.21

Diário de um confinamento, a um 1dia do final

soumaiseu

olho-o-mundo-penso-no-futuro-e-anseio-dias-melhroe(Imagem retirada daqui)

Quando sabemos que o país está assoberbado com Covid, que os hospitais estão a rebentar pelas costuras, que o pessoal da saúde está esgotado de todas as formas possíveis e impossíveis, eis que colapsa o Hospital Amadora Sintra. Faz-me reconsciencializar o quanto estamos aflitos. Que tragédia esta se abate sobre os portugueses. Nobre povo, nação valente... Que fazemos nós agora para lutarmos em conjunto? Quão valentes somos quando só ficamos em casa quando o Governo nos impõe e ainda assim transformamos levianamente o passeio higiénico em milhentos motivos para sair de casa? Que nobre povo é este que parece não se compadecer com a morte de tantos que morrem às mãos do Covid, nem dos que morrem por outros motivos porque o Covid impede os nossos profissionais de saúde de fazerem aquilo que foi a sua decisão de vida: salvar pessoas? Sejamos nobres. Sejamos valentes. Por nós. Pelos outros. Pelos nossos. Pela nossa nação. Fiquem em casa...

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