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Sou Mais Eu...

Sou Mais Eu...

16.01.18

Sobre o Explorador...

soumaiseu

Não há melhoras. Está a tomar uns comprimidos que têm como efeito secundário o aumento das alucinações, por isso é cada vez mais frequente encontra-lo perdido no seu mundo, sem saber se a casa de banho fica para a direita ou para a esquerda, sem saber se dorme "aqui ou lá em baixo"... Muitas das vezes quer ir trabalhar porque ainda trabalha apesar de admitir que já está reformado há muito anos. Quer ir empalhar as vacas. Quer ir plantar batatas. Por vezes pergunta se não esperamos pela minha sogra para jantar quando ela já não está entre nós há mais de vinte e tal anos. Por vezes não quer jantar porque já jantou um bitoque, ou porque já comeu uma tigela de pão com café com leite. Para nós não tem sido fácil, aliás é cada vez mais difícil. O desgaste no casal é brutal. O desgaste individual não é menor principalmente para mim que lido com ele 24h sobre 24h. A família da parte do sogro acha tudo muito fácil, afinal "ele nem faz nada, só está ali quieto"... Dizem-nos para termos paciência sem que lhes passe pela cabeça que esse tipo de comentário é aquele que menos queremos ouvir. É fácil soltar palavras ao vento. É fácil fechar os olhos ao que é óbvio nos nossos rostos. O meu marido emagreceu consideravelmente. Envelhecemos neste último ano e meio. Os cabelos brancos nascem-nos a olhos vistos.  Não temos vida familiar. Não podemos ir juntos a uma festa de anos. Jantar fora é complicado. Ir ao cimena um sarilho. Nunca vamos juntos para nada porque um de nós tem de ficar sempre em casa com ele. Estamos cansados. Saturados. Sem paciência para tudo e até para nós próprios. E onde fica o casal no meio disto tudo? Não fica. É como a ganga surrada.. um dia há-de rasgar! 

07.07.17

Ainda sobre o Baile de Finalistas...

soumaiseu

Passei 4 anos da minha vida a "conviver" com as mães dos colegas da minha filha. E usei aspas de propósito porque com algumas a "convivência" não passava de um "Olá, bom dia! Tudo bem?", às vezes lá perguntávamos pelos testes. "Então João, o teste? Então Afonso? E a ti Rodrigo? E tu Leonor?". Quando se têm uma filha que não quer ir a todas as festas de aniversário dos colegas não é fácil... Com algumas mães a coisas proporcionou-se muito mais próxima. Algumas eu já conhecia da pré-escola, umas passaram-me completa e totalmente ao lado, outras nem tanto. Mas voltando ao Baile. Ao concordar com o evento vi-me evolvida num grupo de mães elétricas, cheias de amor pelos seus rebentos, prontas para dar mais do que o litro. O Whatsapp não parava de telintar. Às vezes quando ia ver era só um "Bom dia" cheio de Imoji's sorridentes e bem dispostos. As que eu não conhecia tão bem revelaram-se pessoas muito especiais. Mães "muita malucas" como elas próprias se definiram. Gente que se uniu em prol de um objetivo comum: fazer sorrir os nossos filhos. Os miúdos vão ser separados. O grosso deles vão todos para a mesma escola mas ainda assim serão colocados em turmas diferentes. Seja como for a união que as mães estabeleceram entre elas já alastrou aos petizes. A Rita criou "Os fixes", um grupo no Whatsapp com todos os colegas de turma. Atrás dela outros grupos foram criados por outros colegas. O meu Whasapp acalmou com a "telintadeira" mas o da minha filha está ao rubro... Mães, a maioria de vocês não sabe da existência deste blog e por isso não lerá as minhas palavras, ainda assim deixem-me dizer-vos que foi um enorme prazer  privar com vocês. Mais do que 5 estrelas vocês são todo o céu estrelado e é para mim um orgulho pode fazer parte desse mesmo céu. Por tudo o que fizemos pelos nossos filhos e  a todas nós: um muito obrigada! 

20.03.17

Quando...

soumaiseu

... me perguntam como aguento, como suporto esta situação, como é que eu consigo fazer certas e determinadas coisas. Quando me dizem "que forte tu és, que fibra tu tens, que mulher rija tu me saíste"... Digo-vos que não sou nem menos nem mais do que os outros. Só eu sei a dificuldade com que me mantenho de pé.  Só eu sei o esforço que faço para não ceder à tentação de me deixar cair prostrada e me deixar ir com a corrente. Só eu sei as lágrimas que engulo e as vezes que fecho os olhos e calo a minha voz para que ninguém perceba em mim a vontade terrível que tenho de chorar. Para que ninguém me adivinhe a voz em soluço e a garganta apertada. Só eu sei como ando, como me sinto, como me vou mantendo à tona e o quanto isso me custa e me desgasta. Pura teimosia. É esse o meu segredo. Teimosia em não me permitir ceder e em me forçar a manter de pé. Como as árvores. Ainda que por dentro se adivinhe um tronco oco...

10.03.17

O Explorador...

soumaiseu

Hoje levei a Mica ao veterinário para levar a vacina dos 3 meses. Ao chegar a casa encontro o sogro completamente perdido. Assim que entro em casa manda-me um berro:

- Ó São, abres-me a porta ou não?

- Então Senhor Norberto, o que é que se passa, para onde é que quer ir? 

- Tenho uns artistas a trabalhar para mim... estão à minha espera.

- Sabe onde está?

- Estou em Lisboa, mas os homens estão a trabalhar para mim em Alhões naquilo que é meu...

- Então pense lá comigo, está em Lisboa mas tem gente a trabalhar para si em Alhões... e como é que você lá chega?

- Eu hei-de lá chegar nem que vá a pé...

- Deixe-se lá dessas coisas. O Senhor Norberto tem uma doença que lhe faz isso, que o faz acreditar em coisas que não são bem assim. Eu nunca lhe menti, pois não? Então acredite em mim, não está ninguém à sua espera nem aqui nem em Alhões...

- Isso dizes tu, os artistas vieram aqui bater-me à porta, tocaram a campainha lá em baixo, mas a porta estava fechada, é uma vergonha eu não ter a chave daquilo que é meu car...lho ... Não gosto que me pisem...

- Senhor Norberto, ninguém o está a pisar, a casa não é sua, é minha e do seu filho. Você está na nossa casa porque não pode estar sozinho, e deixamos-lhe a porta fechada porque você perde-se sozinho na rua...

- Antes estivesse sozinho, ao menos governava-me como queria e quando morresse alguém me havia de enterrar. Abre-me a porta car...lho!

- Sr. Norberto, eu não lhe faltei ao respeito. Não o mandei para o car..lho e por isso agradeço que não o faça comigo. Respeito acima de tudo e eu nunca lhe faltei ao respeito. Nunca o tratei mal de maneira nenhuma. Já lhe disse que não há ninguém à sua espera. Eu nunca lhe menti pois não?

- Vai lá ver à janela se está alguém lá em baixo.

Fui. Fiz-lhe a vontade.

- Não está lá ninguém. Agora sente-se aqui e veja um bocado de televisão para ver se fica mais bem disposto...

Pus-lhe a SIC Noticias que tem um efeito calmante nele. E assim a crise foi passando.

Palavras para quê? O que escrevi diz tudo... Oh vida! 

16.02.17

Marotices...

soumaiseu

De vez em quando gosto de fazer umas malandrices: O avô de dois colegas da minha petiz, pessoa intragável por sinal, armado em "macho-man" autoritário, tem mania de dizer mal da presidente aqui da Junta de Freguesia. Ideologias políticas à parte quem chega ao poleiro tem sempre as costas largas quer faça bem ou mal. Há-de sempre haver os que gostam e os que não gostam de nada. Ora o Sr. Avô em questão pertence a esta última categoria. Moscavide anda em obras. Claro que o Sr. Avô se farta de rezingar, que "aquela gaja não faz nada de jeito, só faz merda, que a única coisa que ela é boa é a maltratar e a desrespeitar os funcionários" e tal e por aí fora. No outro dia, sabendo eu que o Sr. Avô é um viciado em andar de bicicleta, até porque se está sempre a vangloriar dos inúmeros quilómetros que faz a pedalar a sua bicla, digo-lhe eu em ar provocador:

- Mas Oh Sr. M... olhe que as obras não são só para alargar os passeios... vão construir uma ciclovia que vai de Moscavide até Sacavém...

- Ai é? - pergunta-me ele todo interessado.

- Sim. Está aqui colado o aviso. Até tem o percurso e tudo....

- Ah, bom! Então assim sempre é melhor... Quando estiver pronto já vou ver. Agarro na bicicleta e lá vou eu...

- Pois é! Afinal a Presidente da Junta de Freguesia sempre faz alguma coisa de jeito!

Não resisti. O Senhor Avô olhou para mim de lado, sorriu-me porque percebeu a graçola... Mas foi fogo de pouca dura: ontem o desgraçado do homem já estava outra vez em modo de refilice aguda... Há pessoas que se divertem a dizer mal... Haja paciência! 

16.02.17

Hà certas pessoas...

soumaiseu

.... que quando se aproximam demais, sabemos que trazem sarilhos. É como uma tempestade que se vai formando... Há gentes que eu prefiro manter à distância porque o ar que as rodeia é simplesmente tóxico! O que fazemos? Nada... usamos mascaras de gás! 

 

PS. Este é mais um texto resgatado dos Rascunhos. Já nem me lembro porque escrevi isto nem a quem me referia. Mas pareceram-me bem as máscaras de gás... 

15.02.17

Eu, mãe, me confesso...

soumaiseu

Admito. Quando uma criança não gosta da minha petiz e faz questão de a fazer sentir isso mesmo eu automaticamente também não gosto dela. Mesmo quando a petiz consegue dar um passo na direção da outra criança e elas se aproximam, eu, mãe ferida, fico sempre de pé atrás, observando de longe como uma leoa pronta a atacar ao menor sinal de provocação.... É assim e não consigo evitar! Mea Culpa!

08.02.17

Amizades, amigas e afins...

soumaiseu

Para mim não há muita diferença entre as amigas da net e as da vida real. Ambas só tem de provar ser dignas da minha amizade e do meu carinho. De vez em quando lá há uma ou outra com quem empatizo e quando isso acontece normalmente são pessoas que vão ficando, e que me vão conquistando aos poucos e eu a elas. Algumas nem conheço pessoalmente (Miss Ana), ou conheço pouco (Vita C), mas são pessoas que vai-se lá saber porquê me caíram no goto e de quem gosto mesmo muito. Só porque sim. E depois há as "amigas" da vida real que talvez por serem "reais" e estarem mais presentes no meu dia-a-dia se vão impondo e vão conquistando o seu espaço no canteiro das flores como uma erva daninha, fazendo as outras flores encolherem-se e ficarem enfezadas. Até o dia em que eu acordo para a vida e as arranco pela raiz. Não faz parte da minha natureza confiar e por isso tenho poucas amigas daquelas verdadeiras, daquelas em quem confio mesmo, cegamente e a sério. Quem pisa o risco comigo jamais tira de lá o pé... Hoje arranquei uma erva daninha do meu canteiro de flores. Sem dó nem piedade...

03.01.17

Quezílias na escola...

soumaiseu

Lembram-se deste meu post? Bom, a coisa não ficou por aqui. No último dia de aulas antes das férias de Natal a minha petiz pediu-me para lhe trocar de mochila: normalmente leva um troley, mas como nesse dia só precisavam de estojos e pouco mais queria levar outra mochila e queria leva-la às costas. Fui eu quem fez a troca dos pertences de uma mochila para a outra e acabei por encontrar um papel dobrado que pensei ser um dos muitos desenhos que a Rita faz nos intervalos e que atira lá para dentro. Pego no papel sem o abrir e digo-lhe que veja o que é e se o podemos deitar para o lixo. Ao abrir o papel a Rita descobre um desenho de Natal feito a lápis, com uma bomba desenhada e rasurado no local onde devia dizer Bom Natal e Boas Festas, dizia antes Mau Natal e Más Festas. Ora isto às 8 da manhã tem um peso brutal. A miúda desatou a chorar enquanto dizia "Foi a Carolina! Foi a Carolina!". Perguntei-lhe se tinha a certeza, respondeu-me que sim, que reconhecia a letra e os bonecos que só a Carolina faz de uma determinada maneira, e ela sabe porque são colegas de carteira. Dei instruções à Rita para que não fizesse qualquer comentário e nesse mesmo dia, aproveitando uma atividade na escola aberta aos pais, falei com a mãe da outra miúda. Mostrei-lhe o desenho, no qual ela disse logo prontamente não reconhecer o traço da filha, e a partir daí desenvolveu-se uma conversa de cortar à faca. Eu sei que a minha filha não é uma santa, tem um feitio do caraças e é cheia de personalidade. Também sei que a Carolina não é a única culpada nesta história porque havendo oportunidade a minha Rita consegue ser tão trafulha quanto a outra. Mas o que é certo é que as duas miúdas tem um problema de antipatia e não se podem ver mutuamente. E perante este cenário acho que nós mães (e pais também) temos de intervir, educando, formando. Ora quando falei com a mãe da outra criança a reação dela foi olhar-me com um sorriso falso na cara e perguntar-me: "Oiça, o que é que quer que eu faça?". Primeiro, detesto que alguém se dirija a mim com "oiça"'s. Segundo, então eu digo-lhe que as nossas filhas tem problemas e ela responde-me com um "o que é que quer que eu faça"?! 

- Quero que lapide. Quero que vá para casa e fale com ela, eu já falei com a Rita e vou voltar a falar e quero que a P. faça o mesmo.

- Oiça mas eu falo com a Carolina...

- Pois, não sei. Não estou na sua casa, mas peço-lhe nesse caso que o faça novamente.

- Olhe, porque não combinamos uma ida ao jardim, nós conversamos e elas convivem e talvez se entendam...

- A P. só pode estar a brincar comigo. As miúdas não se toleram, não se podem ver, hoje quase que andaram à pancada na escola e a P. quer promover um encontro entre as duas! Só se for para se matarem de vez! O que eu quero é que converse com ela. Ambas tem culpa. Sei perfeitamente que a minha filha não é flor que se cheire, aliás é enxertada em corno de cabra....

- Oiça, a sua pode ser, mas a minha filha não o é...

- Provavelmente não conhece bem a sua filha, mas esse é um problema seu, não meu...

E assim continuou a conversa, intragável e sem solução aparente. As aulas começaram hoje e depois de tanto eu como a outra mãe termos individualmente falado com a professora, as miúdas foram finalmente separadas. Talvez agora tenhamos paz e sossego. 

Ainda assim não deixo de me indignar com este tipo de educação que muitos pais dão aos seus filhos. Há que formar, há que ensinar regras de boa vivência e convivência. Que raio de pais são estes? Que raio de filhos estão eles a criar? Que raio de adultos sairá destas amostras de gente? Irrita-me! Irrita-me muito! Mas ainda me preocupa mais porque estarão inseridos numa sociedade onde a minha filha terá forçosamente de coexistir....

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