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Sou Mais Eu...

Sou Mais Eu...

10.06.21

Tatuagens...

soumaiseu

Rc684fc5a339f12c24dd1914500c6c54c.jpg(Imagem retirada daqui)

Tenho amigos muito, pouco e nada tatuados (como eu). Se um dia fizesse uma tatuagem seria algo como a da imagem que partilho neste post: eu ficaria com a gaiola, sempre de porta aberta, e a ave ficaria nas mãos da minha filha... Tão simples. Tão simbólica. Tão cheia de significado. Gosto! Gosto muito!

09.06.21

A miúda que fui e a mãe que sou

soumaiseu

respeito.jpg(Imagem retirada daqui)

Olha para trás e o que vejo? Uma miúda de dentes tortos, rechonchuda, vestida a gosto da mãe (duvidoso por sinal), demasiado tímida.

Eu era a miúda a quem a mãe batia à porta da escola por lhe esconder as negativas que tinha sistematicamente a matemática. Era aquela a quem chamavam nomes feios, a que empurravam nas filas que fazíamos à entrada das salas de aula, aquela que o colega apalpava disfarçadamente convencido que eu nunca reagiria. Até ao dia em que perdi as estribeiras perante o horror da minha mãe. O colega dos apalpões foi empurrado contra a perna da mesa da sala de Madeiras e partiu um dente. A colega que me empurrava viu-me um dia pendurada no seus cabelos com tanto afinco que deve ter julgado que eu nunca mais lhos iria largar. E o que me chamava nomes, perante os meus últimos ataques, deve ter achado melhor acalmar-se antes que eu também lhe resolvesse afagar o pêlo. Tudo isto fez de mim quem sou hoje. Se ficaram marcas? Acredito que sim ainda que se calhar inconscientes.

Acredito que o bullying acontece quando menos se espera e que para que o mesmo não se perpetue no tempo há que haver uma resposta por parte do agredido. Posso estar errada mas é esta a minha convicção. Nunca proibi a minha filha de se defender como a minha mãe me fazia. Sempre lhe disse que o mais importante da vida é o respeito pelo outro. Não temos de gostar, não temos de concordar, temos de aceitar e respeitar. E isso implica que não deixemos também que a opinião dos outros nos afecte. Aos 14 anos a Rita usa sandálias douradas na escola quando todas as colegas andam quase exclusivamente de ténis e veste calções rosa fushia sem medo do excesso de cor ou receio de combinações imperfeitas. Quando lhe dizem que não gostam ela pergunta simplesmente "E?..." Ontem um colega chamou-lhe burra por ela estar a explicar um exercício de forma diferente a outro colega. Sabendo que a nota dele é bastante inferior à dela perguntou-lhe simplesmente: "Que nota tens a matemática? Queres mesmo falar sobre isso? Tens a  certeza que aqui a burra sou eu?". Este tipo de atitude por si só não resolve todos os ataques que os nossos filhos possam sofrer por parte de outros, mas acredito que constituem o primeiro passo para que se possam defender. Faz-me imensa confusão ouvir pais dizerem, como os que eu ouvi aqui há uns dias na televisão, que é normal os miúdos maltratarem-se, dar umas palmadas, uns pontapés, umas caneladas... Como é que isso é normal? Como é que estes pais acatam e permitem este tipo de comportamento sem qualquer tipo de chamada de atenção? Não. Para mim nada disto é normal. Temos de ensinar os nossos filhos a defenderem-se sem medos. Mas acima de tudo é preciso ensinar-lhes uma coisa: Respeito. 

 

08.06.21

O primeiro Crush...

soumaiseu

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(Imagem retirada daqui)

Um dia a nossa filha chega ao pé de nós com um sorriso envergonhado, aquele sorriso que surge nas bochechas mas que não queremos que se note, mal disfarçado, entre um olhar tímido que não é característico dela, mas que está lá... É o primeiro Crush! Eu Mãe Leoa, me confesso! Não gostei nada! Conheço o bem aventurado e até acho que é bom rapaz, mas ele fez de mim uma mãe bipolar: Há dias em que o adoro, outras em que simplesmente o odeio. Não se namoram... ainda! E não sei se quero que cheguem a esse momento, mas também me irrita este "abusar" da atenção da minha petiz... Quando ele e aborrece apetece-me desfazê-lo, quando é simpático já é um fofo. Se se faz de vítima quero bater-lhe, e se faz piadas malandras está a abusar da sorte. Se não estuda é um miúdo preguiçoso, se estuda e mesmo assim o resultado não é o melhor, é porque não faz nada de jeito, o desgraçado! Quando ele diz que a minha filha é "brilhante" já é um rapaz muito perspicaz. Portanto...tornei-me numa mãe bipolar e a culpa é toda do Crush da minha filha! Quem o manda ter duas personalidades? Ai dele que a faça sofrer! Dou cabo dele!

07.06.21

Vou indo...

soumaiseu

Sem-esperanca.jpg(Imagem retirada daqui)

 

Desde o meu último post tudo se complicou na minha vida. 

Ando cansada de tanta desgraça, de tanta coisa a correr mal. O meu sogro está internado há mais de 1 mês, em processo de "auto-destruição", vitima de várias infecções que não respondem com sucesso aos antibióticos. As esperanças são quase inexistentes, o estado dele é cada vez mais frágil, a dependência de terceiros cada vez maior, e o alheamento uma constante diária. Está acamado, não reage a quase nada,  já não se mexe sozinho, come apenas por seringa, já pouco fala... Cuidar de um demente nunca foi fácil. Não há doses de amor que apaguem todo e qualquer desgaste físico e psicológico que nos surge. E desenganem-se os que pensam o contrário. É difícil. Extremamente difícil. Desgastante. Há dias em que já não queremos continuar a cuidar simplesmente por que já não conseguimos. E outros em que basta encher o peito de ar para ganharmos um novo fôlego para mais uma temporada.... Mas vê-los assim, internados, sem melhoras, a definharem dia após dia, num sofrimento que não lhes vemos declarado mas que sabemos existir seja de que forma for, é duro! Muito duro! Vejo a tristeza, a impotência e o desânimo nos olhos do filho. Vejo as lágrimas nos olhos da neta, provando existir entre ela e o avô uma ligação que eu nunca julguei possível tendo em conta que, enquanto demente, o meu sogro sempre a ignorou e até era rude com ela... É cinzento o nosso dia-a-dia mesmo quando o sol brilha lá fora...

15.04.21

Noites...

soumaiseu

25161953080406.jpg(Imagem retirada daqui)

Acordo. Sinto o corpo húmido pelo calor da cama. A nuca molhada, o peito encharcado. Maldita menopausa. No relógio quase seis. Bolas! Podia ter acordado daqui a pelo menos mais uma hora... Apetece-me um banho mas fico um pouco mais na cama. A roupa enrolada entre nós, o pijama enrolado até ao pescoço a mostrar uma barriga grávida de excessos e os pés de fora. A bexiga acorda. Vou à casa de banho com as pernas pesadas e os joelhos a ranger de dor e no regresso passo pela janela mais próxima e olho a rua. Gosto de madrugadas. Acho-as frescas e sedutoras. Gosto da sua quietude agitada por movimentos madrugadores. Da luz que gradualmente nos fere mais. Tenho calor. Abro a janela. O ar ainda frio pela noite arrepia-me a pele e um vento leve refresca todo o meu sentir. Fecho os olhos num deleite só meu. Há saltos altos no passeio e ruídos de motores na estrada. E pardais que cantam alegremente. Sinto frio. Volto para a cama. Ao meu lado, na mais imperfeita posição para dormir dormes um sono profundo. Sonharás? O edredon sabe-me bem, enrolo-me nele e agarro-me à almofada. E descanso. Ainda tenho mais uma hora de sono... Só espero que não ressones.

13.04.21

Papa-livros...

soumaiseu

livros.jpg

(Imagem retirada daqui)

Todas as desculpas me servem para ler. Leio romances, policiais, ficção, livros meus, livros que me emprestam, livros que me dão, que me oferecem, em papel, em e-book, leio ou releio os livros de leitura obrigatória que a Rita tem de ler para a escola... No período passado foi o Alma de Manuel Alegre. Já o tinha lido há muito tempo e recordava-me vagamente de ter gostado. Ora fazendo parte da lista de obras do 8ª ano e tendo já o livro cá em casa sugeri à Rita que o lesse. Quando o li novamente para a ajudar a elaborar o trabalho de português fiquei a pensar se teria sido a melhor escolha: o livro é pródigo em palavrões e algumas cenas eventualmente "menos recomendadas" para a idade dela. Quando perguntei à Rita se tinha gostado a resposta foi firme "Sim, é giro!". Pois claro que é giro! E instrutivo também. Para além de que é um livro interessante sobre a infância do autor e tudo que o transformou na pessoa que é hoje.

Este período vamos ler outro Alma, desta vez Alma e os Mistérios da Vida de Luísa Castel-Branco. Lembro-me de ter gostado muito deste livro e estou a relê-lo com o mesmo entusiasmo. Quanto à Rita, depois do outro Alma este não deve ser pior... digo eu! Estou curiosa para saber se ela vai gostar tanto desta "Alma" quanto eu gosto! Um livro fantástico que nos faz apegar às personagens e ao tempo delas. Este é o único livro de Luísa Castel-Branco que li mas sempre que lhe pego fico com vontade de ler mais. Acho que vai ser uma das  minhas sugestôes para o dia da mãe... 

10.04.21

Ritanhês: 14 anos!

soumaiseu

número-floral-quatorze-das-flores-ilustração-da(Imagem retirada daqui)

Faz hoje uma semana que a petiz fez 14 anos*. Catorze. Já. Demorei uma semana a vir aqui. Andei disfarçadamente escondida nos meus afazeres, no meu vai-vem de ir e vir para aqui e para acolá. 14 anos. Nunca quis ser mãe "mais do que tudo na vida". As crianças nunca foram a minha perdição. Adorava os meus afilhados e os filhos das minhas amigas, era só e bastava-me. Mas no momento em que entendi que o relógio biológico não para nem nos permite andar com os ponteiros para trás as coisas mudaram. Deixei que a gravidez me conquistasse. Entreguei-lhe os meus medos, os meus receios. Confiei que tudo correria bem e ganhei uma nova fé, renascida e purificada. E a Rita veio. Linda. Maravilhosa. Tão minha e eu tão dela. Soube-me mãe no primeiro instante em que a vi e uma nova consciência apoderou-se de mim. Soube nessa altura que nunca mais estaria só, que por ela moveria e destruiria mundos. Nestes 14 anos a minha filha tem sido o meu tudo, o ar que eu respiro, a luz dos meus olhos, o meu mote, a minha âncora. Nunca pensei seriamente em ser mãe, mas agora que o sou não me arrependo de nada. Só não estava preparada para esta tormenta de sentimentos que me assalta sempre que a petiz faz mais um aniversário, esta mistura de orgulho em vê-la crescer querendo mantê-la debaixo das minhas saias, este querer que seja feliz sabendo que eu ficarei encolhida por a ver voar, e ainda assim desejar que parta e que trilhe o seu próprio caminho...

14 anos! Meu Deus... já tantos! Parabéns meu amor!  Por ti tudo, por mim quase nada...

* Feitos no dia 3 de Abril

26.03.21

Lembranças...

soumaiseu

saudade-tem-rosto-350x275.jpg

(Imagem retirada daqui)

A Páscoa é uma das minha épocas do ano preferidas, não só pelo carácter religioso que me diz muito, mas acima de tudo porque me traz à lembrança doces memórias, que me chegam carregadas de saudade, cheiros, cores. Lembro-me da minha avó materna e do seu ar ora trocista ora zangada com a vida. A minha avó sofreu aquilo que nenhuma mulher deve sofrer às mãos de um marido que a abandonou pouco tempo depois do casamento, grávida do primeiro filho, não sem antes a cobrir com uma boa dose de pancada. Voltou anos depois mais duas vezes para repetir todo o processo. A vida tornou-a numa mulher de temperamento excêntrico, senhora do seu nariz, dona de uma teimosia inata que a impelia  a fazer só aquilo que queria. Regia-se pelas suas próprias regras quer fossem certas ou erradas. Era assim e pronto. Amava os filhos com o ninguém e amava os netos com a mesma ânsia. Foi ela que me mostrou o verdadeiro campo. O suor com que se regam as terras e a alegria de ver os campos a florescer. Com ela conheci o perfume das Giestas. O marulhar do açude. O balir das cabras. O som dos seus chocalhos lá ao fundo. O cheiro a bolos doces acabados de fazer. O cheiro da Matança do porco. E com ela aprendi a crer. Era crente a minha avó mas à sua maneira. Surpreendi-a várias vezes a chorar nas procissões do Enterro do Senhor, e com a mesma devoção com que chorava também se  agarrava ao Adufe para cantar a Ressurreição de Jesus Cristo.  Não permitia que ninguém a pisasse. "Em cima só se pôs um, não se monta cá mais ninguém!" Deixou-nos há muitos anos mas eu continuo a reencontra-la cada vez que a recordo, nas minhas lembranças, nos cheiros que deixou gravados na minha memória. Ainda me recordo da sua voz. Dos seus dedos mindinhos pequenos e retorcidos pelas artroses. Da roupa escura ou negra que ela própria costurava. "Vais fazer o comer, filha? Queres que te descasque umas batatas?". E fico com os olhos rasos de lágrimas  porque é assim que uma avó deve ser. Intemporal. O tempo passa mas tudo o resto fica. Que saudades! 

(Em memória da minha Avó Teresa)

17.03.21

Burrices...

soumaiseu

burro.jpg(Imagem retirada daqui)

Penso que seja geral. Por esta altura os miúdos do terceiro ciclo estão atulhados de trabalhos. Cá em casa anda tudo num virote. Os prazos de entrega super apertados. Hoje a Rita estava a fazer um Power Point de inglês enquanto dava assistência a dois colegas que estavam em dificuldades pelo Whatsapp. E entre o escreve isto e responde aquilo, aproveitando a minha presença na mesa, diz-me assim:

- Mamã, ajuda-me aqui, vou-te ensinar a criar uma caixa num Power Point. Vais ali aquele quadradinho e depois clicas aqui e crias uma caixa de texto...

Eu reclamei que não sei fazer Power Points, que nunca mexi naquilo, mas perante a insistência dela lá segui as suas indicações e fiz o que me mandou. Como não via nenhuma caixa a aparecer no local onde era suposto repeti o processo variadíssimas vezes enquanto a Rita despachava os amigos. Quando ela termina, olha para o portátil, arregala muitos os olhos, leva a mão à cabeça, e em seguida tem um ataque de riso:

- Oh mulher! O que raio é que tu estás a fazer? Quantas caixas já criaste?

- Nenhuma! Eu fiz o que tu disseste mas não aparece lá nada... 

- Mamã, se tu não escreveres nada nas caixas elas não vão aparecer. É por isso que se chamam caixas de texto, tens de por TEXTO, certo? Imagina eu entregar o trabalho assim? Se o meu professor de TIC visse isto ia achar que eu era maluquinha... Como é que eu lhe explicava "Olhe Stor, a minha mãe andou divertida a criar caixas de texto, eu não tive nada a ver com isso..." Quantas caixas tu criaste? Demasiadas mãezinha! Demasiadas! Olha para isto? Nunca mais acabo de fazer Undo... (E ria-se, ria-se!)

E é nestas alturas que eu me sinto muito burra... No meu tempo os trabalhos eram feitos em cartolina (nunca gostei), escritos à mão, dactilografados e só mais tarde fomos salvos pelo Word do computador... Sei lá eu agora mexer num Power Point! Nunca precisei nem preciso de o fazer (hoje foi a minha primeira vez ), só se começar a distribuir Power Points com as tarefas domésticas cá de casa!  

 

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