Estranhas saudades...
A minha Rita está a crescer demasiado depressa!
São quase dezanove meses recheados de traquinagens e muito amor.
O tempo passa a correr!
Quando olho para trás tenho imensas saudades. Começo logo pela gravidez! Eu que sempre achei que estar grávida seria algo muito maçador, cheguei à conclusão que é das fases mais bonitas da nossa vida. Não pertenço àquele grupo de senhoras que acha que a maternidade é algo de intrínseco e obrigatório numa mulher. Nada disso! Nós mulheres conseguimos ser tão felizes com ou sem filhos! Mas não há dúvida nenhuma de que assim que nos descobrimos grávidas nada fica no seu lugar.
Tenho saudades da minha barriga gigante que desafiava a lei da gravidade e parecia querer rebentar a qualquer momento.
Tenho saudades de dormir com uma almofada debaixo da barriga.
Das dores nas nádegas.
Das "Raves" quando à noite me deitava e a minha Rita achava que era a altura certa para se começar a mexer desenfreadamente. Eu colava as mãos à minha pele demasiado esticada e ficava ali, imóvel, à espera de sentir só mais um pontapé, só mais um glu-glu interior.
Que saudades!
Depois a Rita nasceu. Linda como eu sempre sonhei. E as mudanças continuaram, tão "minhas" como dantes.
Nos últimos meses aprendi a mudar fraldas como quem lava um prato de loiça.
Tornei-me numa "expert" de música infantil. Sei de cór a musica das Galinhas, dos Pinguins, da Bébé Lily, do Coelhinho... Haverá alguma que eu ainda não saiba? Divirto-me tanto quanto a minha Rita a ver os DVD's. Se vou a um centro comercial, as primeiras lojas que espreito são as de roupa para miúdos, e se passo pelas bancadas dos CD's e dos DVD's, quando dou por mim já estou na secção infantil...
Aprendi a dormir as minhas noites em sobressalto, e levanto-me as vezes que forem necessárias sempre que a minha menina resmunga ou sempre que a adivinho destapada.
Quando ela fica doente eu fico doente com ela.
Faço sopas com a mestria de quem faz um doce caseiro.
E até falo "Ritanhês". De igual para igual.
Esqueço-me frequentemente de mim.
É verdade! E então?
Qual é o problema?
Na minha vida agora existe alguém muito mais importante,
que é a luz dos meus olhos,
o ar que eu repiro,
a minha razão de viver,
o meu mais que tudo!
A minha menina! A minha filha!
A minha Rita!