Já fui e já vim!
Depois da saga "Limpa, esfrega, raspa a outra casa...", e de termos gasto as escassas férias de Agosto nesta maravilhosa labuta, sobraram-nos 4 dias miseráveis para ir à minha Proença-a-Velha, e digo miseráveis porque servem sempre para regressar mais cansada do que fui... Há sempre montes de coisas a fazer na minha terra, primeiro há que limpar uma casa que está fechada o ano todo, depois ir comprar o que não conseguimos levar de Lisboa, e temos de alternar com inúmeras idas a Castelo Branco porque lá estão os meus Padrinhos e os Padrinhos da minha filha, mais os meus afilhados... E conciliar isto ainda com a Festa do Sr. do Calvário que este ano esteve soberba, não fossem os horários tardios que se escolheram para tudo e mais alguma coisa (e que se percebem) teria sido fantástica. Claro que com uma criança pequena não se pode ficar na festa até às 3h da manhã para ver rebentar o fogo de artificio, nem muito menos até às 3.30h para ir à festa de espuma... aguentar uma criança até à 00.30 h para ver o senhor do Burrito* (que aliás só cantou o Burro pelas 2 da matina) já por si só foi uma festa! Mas gostei! Há muito tempo que não via o recinto do Calvário tão cheio de gente.
Faltou-me fazer uma série de coisas que gosto de fazer quando vou à minha terra porque me matam saudades dos verões de infância: faltou apanhar amoras, faltou ir ver o leito seco da Ribeira, faltou apanhar Poejo e Figos de Piteira (e regressar com as mãos cravejadas de picos e a boca cheia de água)... mas fiz o mais importante, aproveitei uma escapadela da Missa e fui ao cemitério visitar a campa da minha avó... e este ano chorei muitas lágrimas... não sei porquê! Saudades do cheiro dela, do riso dela, das suas teimosias... talvez por ver a minha mãe a seguir-lhe as pisadas, lembro-me de a ver perder a cabeça quando ela batia o pé, e vejo-me a mim a entrar na mesma linha e não saber como lidar com a situação! Achamos sempre que connosco vai ser diferente... Mas nem sempre é!
Fica a mesma promessa de sempre, ir a Proença mais vezes e ficar mais tempo! Há que matar bem as saudades!
* Fernando Correia Marques, com a sua música "Burrito" (que aliás foi a primeira música que a minha filha cantou)