Saudades!
Este ano ainda não tinha escrito nada sobre a minha Avó! A falta de tempo é terrivel! Mas ainda sem muito tempo como é habitual a minha Avó Teresa tem vindo muitas vezes ao meu pensamento. Nesta época do ano é quando me lembro mais dela. Lembrei-me de um presente de Natal que recebi dela e que nunca mais esqueci: umas luvas amarelo torrado que ela muito pacientemente me tinha tricotado. Eram especiais porque a minha Avó começou a perder a visão muito cedo. Teimosa como era nunca quis ir ao médico porque achava que os médicos também morriam por não se conseguirem curar a sim mesmos, por isso ninguém a conseguia arrastar a um consultório. Já era crescidinha e sabia perfeitamente o esforço que ela tinha feito para me tricotar aquelas luvas. Quando as experimentei estavam-me pequenas. Eu disse-lhe que estavam boas, que gostava delas assim, que aqueciam melhor as mãos... Lembro-me do seu sorriso como se fosse hoje. Sabia que eu a estava a enganar, mas quis ser minha cúmplice... Que saudades do teu cheiro, Avó! A cabras e a campo! Na nossa Noite de Natal há sempre um momento em que o tempo pára... invade-nos a saudade e a nostalgia... pelo rosto da minha mãe rola uma lágrima... e os meus olhos ficam rasos de água! Quem me dera que ainda estivesses connosco!