Não correu mal, não senhora! Tivémos um ensaio a doer na sexta-feira... o objéctivo era afinar a dança e acertar os ponteiros... o resultado foi uma dor no joelho insuportável que juntamente com o nervosismo da estreia não me deixou dormir grande parte da noite! No sábado lá fomos nós, e eu francamente, achei melhor falar com a Ana e dizer-lhe o que me ia na alma... disse-lhe a verdade, que estava lesionada, que normalmente ficava assim a seguir a um ensaio mas que desta vez me doía bastante mais, soou a desculpa mas não era! Para além disso em duas das músicas que era suposto dançarmos não nos sentiamos minimamente confiantes, que ainda nos enganávamos muito e não me parecia bem comprometer toda o desempenho do grupo... A Ana reagiu bem, é uma querida! Então dançamos a entrada do rancho, em que eu fiz o favor de me enganar e foi uma barracada! Pelo meio dançamos o "Subi ao Céu", e fizemos também a saída do rancho,  ambas correram bem! Fiquei com pena de não ter dançado mais! Estive o tempo todo a traulitar as músicas e a bater o pé! E tive pena de não saber as letras das canções... no final pedi-as à Ana!

Entretanto lembrei-me dos meus tempos de criança, quando participava na Festa de Natal da Catequese... Lembrei-me que já nessa altura eu tinha a mania das danças, enquanto que os outros miúdos iam recitar poemas, participar na "teatro" do nascimento do Menino Jesus, fazer truques de ilusionismo, cantar, eu e outra miúda, uma Isabel, juntámo-nos para dançar uma música que estava na moda na altura! Nem nos conheciamos! Ainda hoje me lembro da sensação que tive quando naquela noite pisei o palco do auditório da Igreja de Alvalade... com as luzes não tinha noção da quantidade de familiares que ali foram ver as habilidades dos seus rebentos... e quando a música tocou todos os meus medos desapareceram... e quando acabou achei que tinha acabado demasiado depressa!

Já nem me lembrava disto... de vez em quando abrem-se gavetas na nossa memória que já nem nos lembramos sequer que existiam!