Sim, sou Mãe Galinha! Luto com todas as minhas forças para não o ser porque cresci com uma, e acho que a super protecção não faz bem a ninguém "Too much love will kill you", já dizia a canção dos Queen, mas sim, sou Mãe Galinha! Das grandes, das que tem bicos feios e garras enormes, das que parecem águias quando abrem as asas para proteger os seus pintainhos. E é por isso que o meu instinto me manda proteger, quando vejo a minha filha a tentar encaixar-se socialmente num grupo de crianças na escola que simplesmente a ignora. Como qualquer mãe que se preze, acho a minha filha o máximo, é linda, inteligente, fofa, meiga, e muito mais. Como qualquer mãe que se preze acho que as outras crianças é que perdem por não se permitirem conhecer melhor a minha petiz. E como qualquer mãe que se preze, engulo em seco, respiro fundo e viro costas, porque é importante deixá-la crescer, deixá-la desbravar mato para atingir o caminho dela... Ainda que fique com o coração metido numa casca de avelã!

Gosto de ver o Master Chef australiano. Enquanto os concorrentes "lutavam" com uma lagosta que era suposto cozinhar, diz a Rita:

- Ugh! Que nojo! Um escaravelho!

(E o riso rebentou à mesa...)

Na hora do mimo:

- Mamã! Gosto mais de ti do que gosto de mim...

(Tão doces estas palavras! Ainda pensei em dar-lhe uma lição de psicologia, dizer-lhe que também é suposto que ela goste dela própria, explicar-lhe como isso é importante na vida de qualquer pessoa, mas depois pensei, são só 7 anos, caramba! Vou estragar o momento? Naaaaa.....)

- Também gosto muito de ti meu doce!

A Rita encontrou uma corrente que pertence à pega de um dos meus chapéus de chuva num "despeja bolsos" que ela fez na escola e que ofereceu ao Pai no Dia do Pai. Diz-me ela:

- Mamã! Posso brincar com isto?

- Não.

- Porquê?

- Porque isso é meu! Pertence ao meu chapéu de chuva, é para arranjar mas ainda não tive tempo....

- Mamã! Mas o "despeja bolsos" é do Papá, isto é teu... não tens de por as tuas coisas no "despeja bolsos" do Papá... se está lá posso ficar com ele para brincar.

(Já viram esta argumentação? O pai diz que a vai pôr a negociar com os bancos as questões lá do trabalho...)

Um dia antes do regresso à escola:

- Mamã! Dói-me este ouvido... dói-me muito! Se amanhã ainda estiver assim não estou em condições de ir para a escola! 

(Formiga com catarro! Qualquer dia está a pôr termómetros nos candeeiros para arranjar um febrão!)

Mesmo nada!

Segunda-feira fui com o Doggy ao Veterinário, estamos com controlo mensal por causa do coração, o Dr. Roberto Silva disse-me que o meu cachorro está a piorar. As válvulas do coração não fecham como deve ser, com o tempo quente o cachorro "vai começar a passar-se, o calor piora". Trouxemos mais uma receita de um medicamento para aviar e ter em casa para lhe dar quando entrar em crise e começar a ter tosses cardíacas constantes. O que é certo é que com a mudança de tempo o Doggy já começou a acelerar, tem passado as noites a passear-se ininterruptamente pela casa: casa-de-banho -» quarto; quarto -» casa-de-banho... Eu acordo com o caminhar dele, sobressalto, venho dar-lhe água fresca, abro a janela da sala para que ele possa refrescar-se... e entristece-me o facto de não poder fazer muito mais! O meu cão está a piorar, a velhice está implacável, a doença também, e eu nada posso fazer a não ser dar-lhe mimos e carinho....

Quarta-feira zanguei-me com a minha prima. "Zangam-se as Comadres ouvem-se as verdades" é o que diz o ditado, mas não é o caso. Digo-vos apenas que não fiz nada, estou de consciência limpa, sempre fiz o que me parece correcto e nunca aquilo que os outros fariam, e claro que por vezes há dissabores... A minha mãe disse-me que "Não é bom as Comadres zangarem-se, traz má sorte aos afilhados..." A mim parece-me que traz má sorte é mesmo às comadres:

Ontem de madrugada parti o dedo mindinho do pé! Sim, ouviram bem, e devo dizer-vos que é a segunda vez que me acontece, por isso percebi logo o que tinha acontecido. É o que faz acordar de noite esbaforida porque a filha está a chorar no quarto ao lado e na azáfama de lá chegar rapidamente mandar um valente pontapé no rodapé da parede. Às 4.30 da madrugada estava eu no Hospital de S. José, diagnóstico confirmado. a "Galinha" partiu o dedo da pata. Esperam-me 15 dias a fazer talas e chinelos de enfiar o dedo quer chova quer faça sol. Eu e os pés! O baptismo não me deve ter chegado aos chispes! 

Só comigo e com mais ninguém! 

Vejam como ganhar um exemplar de A Familia Redlay, de Matt Haig, aqui!

... e foi este o resultado: deixo-vos o bolo caseiro que fiz para a minha Rita levar para a escolinha. Digam lá que não ficou um espectáculo?

... e o resultado final: um bolo cheio de cor!

Faz hoje 7 anos!

São 7 anos de amor renovado e carinho constante.

7 anos de deslumbre com o ser maravilhoso que Deus tinha destinado para nós.

7 anos de vaidade por ser tão bonita, tão inteligente, tão meiga, tão carismática.

7 anos em que nunca me arrependi de ter sido tão tarde porque  quando vieste foi na hora certa.

7 anos em que descobri muito mais de mim do que eu conhecia ou julgava conhecer, descobri que tinha mais força do que aquela que alguma vez imaginei ter, que por ti me transformaria numa Leoa... Por ti não haveria limites. 

7 anos em que todos os dias Te Agradeço e Te Bendigo, Senhor.

A ti minha filha, que Deus te conserve esse sorriso que nos alegra todos os dias!

Parabéns Meu Amor! 

A minha Catita está quase a fazer 7 aninhos... vamos fazer o "sacrifício à vida" e organizar-lhe a festinha de anos que ela tanto quer. Em casa (porque não há orçamento para fazer a festa noutro sitio fashion qualquer como agora se usa tanto), com a família mais chegada do costume, os amigos do costume, e os três novos amiguinhos da escola, a Margarida, o Rodrigo e o Tiago. Não sou obcecada pela limpeza, por isso nesta altura gosto de dar um jeitinho mais aprofundado na casa. Estão a ver a quantidade de coisas que tenho para fazer, e a preguiça é tanta! A chuva, por muito que eu goste dela, também não convida a limpezas! E de vez em quando bate-me uma nostalgia.... já lá vão quase 7 anos.... O tempo voa: apetecia-me prende-lo por uma perna com uma fita invisível... para que ficasse eternamente cativo de mim!