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Sou Mais Eu...

Sou Mais Eu...

02.08.21

O Explorador partiu...

soumaiseu

21cc16af50ca36c2f89090eaf1509c6d.jpg(Imagem retirada daqui)

Dia 19 deste mês. Faz hoje precisamente 2 semanas depois de um internamento de praticamente 3 meses. Sucumbiu às mãos de variadas situações que o foram consumindo, às muitas infecções sem resposta favorável aos antibióticos, às febres altíssimas e constantes, às múltiplas escaras que lhe foram lavrando todo o corpo. Chegamos de férias um dia antes: "Já vens a caminho? O teu pai está muito mal..." Ainda o vimos, ainda viu o filho. Acho mesmo que estava à espera dele. Perder o meu sogro foi para mim um choque sentimental que me apanhou de surpresa e me quebrou. Quando tomamos conta de um familiar demente tornamos-nos nós também um pouco "dementes", o desgaste físico e essencialmente emocional tolda-nos o discernimento e eu acreditei piamente que não iria sofrer muito quando chegasse a hora dele. Não podia estar mais enganada. Custou-me mais do que alguma vez supus. Ainda me custa. Sinto-lhe a falta, noto-lhe a ausência, e ainda sobressalto de noite para ouvir os ruídos que vêm do quarto dele tentando perceber se tinha mais uma vez caído da cama abaixo, e quase acordo o filho para o irmos levantar... Tanto reclamei, tanto me arreliei, para agora me sentir tão estupidamente "sozinha e desacompanhada". É duro. Por mais que a situação se complique nunca estamos verdadeiramente preparados para um desfecho destes. Custa sempre mais do que conseguimos imaginar. O meu sogro partiu. Está finalmente em descanso e em paz. Eu perdi 5 anos da minha vida...

 

11.06.21

Excesso de sinceridade...

soumaiseu

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(Imagem retirada daqui)

Tinha hoje uma consulta marcada para o dentista. Ando com a cabeça a mil e por isso esqueci-me completamente. Ligam-me do consultório à hora da consulta. Devo dizer-vos que moro a 15 minutos a pé do consultório. Digo a verdade, peço mil desculpas mas esqueci-me. Resultado a consulta foi remarcada para meados de Julho. Fico furiosa por ninguém cá em casa me ter avisado. É irritante que eu trate de toda a gente e que ninguém se lembre uma única vez de mim. Devia ter dito que estava atrasada. Que estava presa no trânsito. Que tinha tido numa avaria no carro. Qualquer coisa. Qualquer desculpa que eu desse teria sido mais considerada do que um sincero "esqueci-me"... Que nóia. Venham-me cá pedir outra vez, como é habitual, para ir mais cedo porque a dra está adiantada que eu conto-lhes uma história! Cá se fazem cá se pagam!  

15.04.21

Noites...

soumaiseu

25161953080406.jpg(Imagem retirada daqui)

Acordo. Sinto o corpo húmido pelo calor da cama. A nuca molhada, o peito encharcado. Maldita menopausa. No relógio quase seis. Bolas! Podia ter acordado daqui a pelo menos mais uma hora... Apetece-me um banho mas fico um pouco mais na cama. A roupa enrolada entre nós, o pijama enrolado até ao pescoço a mostrar uma barriga grávida de excessos e os pés de fora. A bexiga acorda. Vou à casa de banho com as pernas pesadas e os joelhos a ranger de dor e no regresso passo pela janela mais próxima e olho a rua. Gosto de madrugadas. Acho-as frescas e sedutoras. Gosto da sua quietude agitada por movimentos madrugadores. Da luz que gradualmente nos fere mais. Tenho calor. Abro a janela. O ar ainda frio pela noite arrepia-me a pele e um vento leve refresca todo o meu sentir. Fecho os olhos num deleite só meu. Há saltos altos no passeio e ruídos de motores na estrada. E pardais que cantam alegremente. Sinto frio. Volto para a cama. Ao meu lado, na mais imperfeita posição para dormir dormes um sono profundo. Sonharás? O edredon sabe-me bem, enrolo-me nele e agarro-me à almofada. E descanso. Ainda tenho mais uma hora de sono... Só espero que não ressones.

10.04.21

Ritanhês: 14 anos!

soumaiseu

número-floral-quatorze-das-flores-ilustração-da(Imagem retirada daqui)

Faz hoje uma semana que a petiz fez 14 anos*. Catorze. Já. Demorei uma semana a vir aqui. Andei disfarçadamente escondida nos meus afazeres, no meu vai-vem de ir e vir para aqui e para acolá. 14 anos. Nunca quis ser mãe "mais do que tudo na vida". As crianças nunca foram a minha perdição. Adorava os meus afilhados e os filhos das minhas amigas, era só e bastava-me. Mas no momento em que entendi que o relógio biológico não para nem nos permite andar com os ponteiros para trás as coisas mudaram. Deixei que a gravidez me conquistasse. Entreguei-lhe os meus medos, os meus receios. Confiei que tudo correria bem e ganhei uma nova fé, renascida e purificada. E a Rita veio. Linda. Maravilhosa. Tão minha e eu tão dela. Soube-me mãe no primeiro instante em que a vi e uma nova consciência apoderou-se de mim. Soube nessa altura que nunca mais estaria só, que por ela moveria e destruiria mundos. Nestes 14 anos a minha filha tem sido o meu tudo, o ar que eu respiro, a luz dos meus olhos, o meu mote, a minha âncora. Nunca pensei seriamente em ser mãe, mas agora que o sou não me arrependo de nada. Só não estava preparada para esta tormenta de sentimentos que me assalta sempre que a petiz faz mais um aniversário, esta mistura de orgulho em vê-la crescer querendo mantê-la debaixo das minhas saias, este querer que seja feliz sabendo que eu ficarei encolhida por a ver voar, e ainda assim desejar que parta e que trilhe o seu próprio caminho...

14 anos! Meu Deus... já tantos! Parabéns meu amor!  Por ti tudo, por mim quase nada...

* Feitos no dia 3 de Abril

01.02.21

Pensamentos...

soumaiseu

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(Imagem retirada daqui)

Sou mãe. Primeiramente, acima de tudo, principalmente e antes demais, sou mãe. Quando penso no Covid e na quantidade de vidas que se perdem, nas  vivências que ficam interrompidas, mães que perdem os filhos, filhos que perdem os pais, palavras que ficam por dizer, abraços e beijos por dar... Tenho ânsia de acelerar a lista de coisas que ainda quero fazer, dividir-me em milhentas formas eficientes porque na verdade não estou preparada para partir. Estará alguém? Provavelmente não. O Covid surge na nossa mente como uma força premente que se insinua nos nossos pensamentos e traz consigo o medo, o receio. Não. Não devíamos partir assim, aos magotes, como um bando de pássaros assustados. Ser forçado a abandonar a Pátria e ser enviado para o estrangeiro. Morrer sozinho. Longe. Entre estranhos que muito provavelmente nem a nossa língua falam. E mesmo que se morra cá, esperar oito dias para ser enterrado. Ser cremado quer se queira ou não. Sem família. Sem amigos. Sem ninguém. Não se morre dignamente com Covid. Perdemos mais do que a saúde, perdemos a dignidade. Apenas nos resta o maldito Covid. 

02.01.21

Balanço...

soumaiseu

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(Imagem retirada da net: Google fotos)

Embora tenha regressado ao blog há muito pouco tempo tenho evitado falar sobre a pandemia que nos assola porque é o assunto do dia e, tudo o que eu possa dizer já foi certamente pensado e escrito por tantas outras pessoas. Os meus medos e os meus receios foram e são os mesmos de toda a gente. De repente somos obrigados a ficar em casa, perdemos a nossa liberdade e seguimos mais ou menos cegamente as orientações do Senhor Primeiro Ministro e da DGS. 2020 foi um ano que nos pôs à prova. Chegou de mansinho mas foi levantando uma poeira fininha que se foi infiltrando por aí. Acho que todos nós de uma maneira ou de outra aprendemos que somos capazes de muito mais.  A superação passou provavelmente a ser a nossa palavra de honra e a solidariedade outra palavra que ficou nossa amiga. Por nós, pelos nossos, pelos outros. Os portugueses aprenderem coisas novas... O álcool-gel é agora o nosso melhor amigo e finalmente percebemos a importância de lavar as mãos com frequência. Saímos todos à rua de açaime e assim finalmente entendemos a sensação dos cães quando lhes fazemos o mesmo. Aprendemos a fazer compras pela Net, a poupar nos trocos e a cingirmo-nos  àquilo que realmente é importante e necessário. Mas nem todos aprendemos a não estar em cima uns dos outros. Aprendemos que ficar a tarde em casa em vez de ir passear para o centro comercial também tem a sua beleza, e que ver um filme na televisão é um programa fantástico quando não podemos sair para a rua.  Muitos, já fartos de filmes e com a gula aos gritos viraram-se para a cozinha e engordaram. Outros sucumbiram ao aborrecimento e emagreceram. E passámos a valorizar muito mais a família e a aproveitá-la melhor. Agradecemos o estar mais com os filhos. Percebemos o que custa não ver poder dar aquele beijo aos nossos pais como fazíamos porque é preciso protegê-los a eles e a nós. Em vez de beijos e abraços agora damos cotoveladinhas uns aos outros. Percebemos a falta que nos fazem os nossos amigos e como é difícil ir beber aquele café com eles mantendo a distância de segurança... O término escolar foi diferente com o seu 3º Período a empertigar de uma ou outra forma os estudantes e a arruçar os cabelos dos pais. Férias diferentes, festas religiosas condicionadas a uma série de regras impressas em papel. E eis que chega 2021, e é preciso virar a página ou fechar o livro. Seja qual for a nossa escolha, não deixemos que o ano que acaba dite o nosso destino, porque esse construi-mo-lo nós a cada esforço que fazemos, a cada braçada, a cada lágrima que derramamos, a cada sorriso muitas vezes envergonhado mas que deixamos escapar vitoriosamente... Que em 2021 sejamos nós, sejamos felizes, sejamos unos! E que os abraços e os beijos possam voltar a fazer parte do nosso dia-a-dia.

 

 

13.04.15

O que me vai na cabeça...

soumaiseu

Hoje dei comigo a pensar que quando eu partir quero que a minha filha sinta a falta do meu sorriso, do meu olhar, do meu mimo, do meu "colo", quero que sinta saudades das nossas conversas, que sinta falta da nossa cumplicidade, que sinta falta de mim... Não quero que se sinta aliviada por finalmente poder respirar livremente, não quero que sinta que só nessa altura é livre de esticar as suas asas. E acho que estou no bom caminho quando oiço a minha petiz dizer-me:

- Mamã, as minhas melhores amigas são três, primeiro a Ana Maria, depois em segundo tu e só depois a Margarida...

E fico orgulhosa daquilo que tenho vindo a conseguir... estaria a mentir-vos se vos dissesse o contrário!

14.10.11

...

soumaiseu

"E se de repente alguém lhe oferecesse flores?..." Foi assim que os meus pensamentos decidiram navegar... e de rédea solta foram a lugares onde nunca antes tinham estado... Quais são as probabilidades de alguém me oferecer flores hoje? Poucas! Para não dizer nenhumas! E se de repente tudo acabasse? E se de repente deixasse de haver o dia de amanhã? Credo! Eu sei! Que raio de pensamento... mas não mandamos naquilo que pensamos, apenas temos poder de mandar no que dizemos... os pensamentos, esses são livres! Tanta coisa ficaria por fazer... por dizer... a vida é tão pequena, tão preciosa! Afasto de mim estes pensamentos e viajo até à florista da esquina! "E se de repente tu te ofereceres flores?"

02.06.10

Pensamentos...

soumaiseu

 

Há já algum tempo que não escrevo nada que seja apenas sobre mim... normalmente os meus posts são sobre o Rancho ou sobre a minha Rita "Catita"! É certo que todo o meu dia a dia gira em redor destes dois pontos... acresce os ensaios do teatro da Casa do Concelho, mais a escassa actividade da minha empresa, o dia a dia com a minha mãe, que é uma jóia de pessoa mas esgotante! Penso muito... ando sempre a pensar ou a cantar... saio à minha Avó Teresa... regra geral quando a coisa não me agrada ligo a música e começo a cantoria... mas os pensamentos estão lá... penso no que fui e no que sou... achava que iria usar mini-saia eternamente, hoje é só calças! O mesmo com os saltos altos, hoje são chinelos de enfiar o dedo, ténis e saltos rasos... às vezes penso nas amigas que perdi, nas amizades que não tive oportunidade de segurar ou cimentar... nas pessoas que passaram por mim e ficaram apenas como conhecidos...

Há um par de meses reencontrei pelo Facebook uma grande amiga de liceu, alguém que cresceu comigo, que esteve ao meu lado nos momentos mais decisivos da minha vida... alguém que foi mesmo muito importante para mim. Reencontrei-a passados uns quantos anos de afastamente puramente estúpido... acho que ambas ficámos muito felizes mas nada voltou a ser como era! As pessoas afastam-se, a vida segue o seu curso e quando os caminhos se voltam a cruzar é impossivel que voltem a ser caminhos paralelos... são apenas mais um cruzamento nas nossas vidas!

A verdade é que nada volta a ser como era!

 

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