De volta...
Estive ausente. Muito ausente. Estes foram dias muitíssimo complicados. Quinta-feira Santa, quando devia estar em modo de absorção pré-clímax de Páscoa, eis que rebenta uma discussão entre mim e a minha mãe. Feia. Muito feia. Muito grave. Perdi a noção das palavras, das atitudes, da compostura. Desnorteei-me. Perdi-me. Deixei-me levar. E foi a minha filha quem me chamou à razão quando me senti presa por uns braços de criança que tentavam segurar-me e manter-me com os pés assentes na terra. É triste que isto possa acontecer entre mãe e filha. Porque o respeito é fundamental, e quando uma mãe não respeita a sua própria filha nada mais importa. Esta foi a pior Páscoa que tive até agora. Porque percebi o quanto estão ténues os limites da minha sanidade mental. Não estivesse em casa a minha filha e eu não sei como é que tudo acabaria porque o meu desespero, o meu descontrole foi grande. Percebi em mim uma fragilidade que não conhecia, e por isso a partir de hoje passará a haver no meu blog mais uma rubrica em forma de cartas, dedicada à minha filha, que não me lerá, para já, mas que poderá fazê-lo mais tarde, se assim o entender. Porque me sinto capaz de quebrar a qualquer momento. Pedaços de mim. Pedaços daquilo que sou. Pedaços daquilo que gostaria que ela fosse... palavras que não quero que se percam com o meu próximo ataque de loucura.