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Sou Mais Eu...

Sou Mais Eu...

26.04.17

Novo chinoca...

soumaiseu

Toda a gente sabes que cá em casa mandamos vir uma data de coisas da China, certo? Ora o marido resolveu mandar vir de lá um portátil já que o nosso está nas últimas. Um Voyo, laranja, lindo, rápido como  se quer, por metade do preço que por cá se vendem. Uma pechincha. Mas com um senão... os chineses não fabricam computadores com teclado português. Para resolver o problema o marido instalou um teclado "nosso" no laranjinha, mas ainda assim continuam a não existir teclas "físicas" para os nossos pormenores linguísticos. Blogar neste portátil é uma aventura porque não encontro o til, nem o acento circunflexo, nem o c cedilhado, nem o hífen, nem, nem... Perco o raciocínio, e lá se vai a minha inspiração. Resultado, voltei ao velho Toshiba com mau feitio... Pelo menos com este eu sei escrever como deve de ser! 

26.04.17

O mendigo.

soumaiseu

Por cá temos um novo habitante. Montou o estaminé debaixo de uma ponte aqui perto. Tem uma mão cheia de cães, de vários portes e feitios, mas todos eles arraçados de Pitbull. O que para já não me assusta. Aqui há tempos cruzei-me com ele à porta do supermercado onde costuma estar a pedir. Meti-me com os cães, fiz-lhe festas. Contou-me que os apanha na rua quando são abandonados. São animais dóceis, meigos, e incrivelmente bem tratados. Pelo menos aparentemente.  Não lhe dei esmola e ele também não ma pediu. Passado algum tempo cruzou-se comigo nas ruas da vila, deu-me os bons dias de forma muito educada "Bom dia minha senhora, como está?" Quem estava comigo, curiosamente um elemento do nosso rancho, perguntou-me logo "A São conhece? Tem tão mau aspeto!" E é isto que me preocupa, o preconceito do povo daqui, povo que vai a Missa se calhar todos os dias mas que não tem compaixão do próximo nem é capaz de um ato de caridade. Hoje apanhei uma senhora a correr com ele da porta do supermercado. E o único argumento que o mendigo usava era "Eu não faço mal a ninguém", sempre de uma forma educada e sem levantar a voz. Lá dentro mais outra, instigada pela primeira que entretanto tinha já feito as suas compras, dizia que no outro dia o tinha ouvido dizer para o ar "Quero ver quem é que hoje não me dá de comer!" Todos nós temos os nossos dias.  Não sou apologista que se sustente este tipo de gente e que se fomente este tipo de vivência, nem sequer sou pessoa de dar esmolas, mas também não é preciso escarnecer deles. Muitas das vezes por detrás desta gente que tanto assusta as beatas locais há historias impressionantes de sofrimento e dor, e nem sempre droga ou vícios ingratos. Quem somos nós para julgar os outros?

26.04.17

O Explorador...

soumaiseu

É deveras inquietante encontrar o sogro divertido a jogar as cartas durante a madrugada, na cama, com um monte de papeis e cartões que retirou da sua própria carteira. "Este é um pau" - dizia ele. E ficava a espera que o outro jogador invisível fizesse a sua jogada... E em cima da cama um monte de papéis, o "monte" das cartas. Tão estranho... Tão longe da nossa realidade.

17.04.17

Uma boa ideia...

soumaiseu

Da última vez que fui com a petiz à ginástica encontrei este livro na paragem do Rodinhas mesmo em frente à escola Arco Íris. 

IMG_20170412_181210_HDR.jpg

Jamais deixaria um livro abandonado por isso peguei nele para logo de seguida o folhear.  Foi esta a mensagem que descobri na contra-capa de rosto:

IMG_20170412_181222_HDR.jpg

E na contra-capa de trás mais uma mensagem:

IMG_20170412_181234_HDR.jpg

Diz-me a petiz:

- Mamã, vais mesmo levar o livro?

- Sim, meu amor. Vou lê-lo. Parece muito interessante. E depois vou devolve-lo à paragem do autocarro...

- Porquê? Devias ficar com ele. 

- Nem pensar. Se eu ficasse com ele mais ninguém o leria e quem aqui o deixou teria perdido o seu tempo... Não é meu. Não tenho de ficar com ele. Vou lê-lo e vou devolve-lo. Talvez até deixe um comentário para que saibam que já alguém o leu... Porque não?

Sim, já comecei a lê-lo e estou a gostar muito. Adorei esta ideia. Os livros devem efetivamente circular e não ficar presos numa estante. Eu vou fazer a minha parte. Outros que vierem farão o que lhes estiver na consciência. Mas se forem tão amantes de livros quanto eu vão entrar na onda. 

17.04.17

Carta 1

soumaiseu

Estas cartas são para ti. Porque és a coisa mais importante da minha vida. Aqui deixarei mensagens que te quero transmitir. Coisas minhas. Coisas de mãe. Sermões e missas cantadas talvez... Ainda assim palavras sentidas, do fundo do coração, coisas que te quero dizer e que tenho medo que se percam nos meus pensamentos e nunca cheguem a ver a luz do dia... Um dia ler-me-às. Um dia entenderás. Um dia talvez faças como eu...

17.04.17

De volta...

soumaiseu

Estive ausente. Muito ausente. Estes foram dias muitíssimo complicados. Quinta-feira Santa, quando devia estar em modo de absorção pré-clímax de Páscoa, eis que rebenta uma discussão entre mim e a minha mãe. Feia. Muito feia. Muito grave. Perdi a noção das palavras, das atitudes, da compostura. Desnorteei-me. Perdi-me. Deixei-me levar. E foi a minha filha quem me chamou à razão quando me senti presa por uns braços de criança que tentavam segurar-me e manter-me com os pés assentes na terra. É triste que isto possa acontecer entre mãe e filha. Porque o respeito é fundamental, e quando uma mãe não respeita a sua própria filha nada mais importa. Esta foi a pior Páscoa que tive até agora. Porque percebi o quanto estão ténues os limites da minha sanidade mental. Não estivesse em casa a minha filha e eu não sei como é que tudo acabaria porque o meu desespero, o meu descontrole foi grande. Percebi em mim uma fragilidade que não conhecia, e por isso a partir de hoje passará a haver no meu blog mais uma rubrica em forma de cartas, dedicada à minha filha, que não me lerá, para já, mas que poderá fazê-lo mais tarde, se assim o entender. Porque me sinto capaz de quebrar a qualquer momento. Pedaços de mim. Pedaços daquilo que sou. Pedaços daquilo que gostaria que ela fosse... palavras que não quero que se percam com o meu próximo ataque de loucura. 

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